2014-07-14
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Seis especialistas brasileiros participaram, entre os dias 30 de junho e 4 de julho, de uma missão à União Europeia para conhecer experiências em redes elétricas inteligentes (smart grids). Na Itália, na França e na Espanha, eles visitaram agências reguladoras, empresas transmissoras e distribuidoras de energia elétrica e fornecedores e fabricantes de produtos voltados às smart grids. O principal objetivo da missão, que contou com suporte do Projeto Apoio aos Diálogos Setoriais UE-Brasil (MPOG/Delbra), foi levantar subsídios para a formulação de uma política nacional para as redes elétricas inteligentes, trabalho que vem sendo liderado pela Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
Inicialmente, os brasileiros visitaram, em Roma, a Autoridade Italiana para a Energia Elétrica, o Gás e o Sistema Hídrico (AEEG), na qual conheceram projetos demonstrativos em smart grids e receberam informações sobre o impacto das energias renováveis no sistema elétrica da Itália, o alerta aos clientes sobre seu consumo de energia e os incentivos regulatórios para as redes elétricas inteligentes. Outra visita foi à Acea SpA, distribuidora de energia elétrica da capital italiana. Em Milão, o grupo visitou a Enel Energia, distribuidora que já trabalha com ferramentas que o Brasil tem interesse em executar, como gerenciamento da rede, infraestrutura para medição inteligente e mobilidade elétrica.
Na França, os especialistas visitaram, em Grenoble, a sede do G2ELab, laboratório com diversos projetos em redes elétricas inteligentes, tanto com instituições de ensino quanto com empresas privadas. Em Chambéry, conheceram a Energy Pool, agregador do sistema elétrico que ajuda transmissoras, distribuidoras e consumidores finais em contratos flexíveis de energia elétrica. Em Paris, o grupo esteve na sede da Schneider Electric, onde foram apresentados a produtos desenvolvidos para uso industrial e residencial com foco em smart grids e eficiência energética.
Valência, na Espanha, foi a última etapa da viagem. Os brasileiros estiveram na sede da Iberdrola, onde conheceram a experiência da empresa com medidores eletrônicos inteligentes. A Iberdrola já instalou no país ibérico cerca de 2,8 milhões desses medidores e até o fim de 2014 deverá chegar a 3,7 milhões.
Para o coordenador-geral de Tecnologias Setoriais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Eduardo Soriano Lousada, a missão trouxe bastante resultados. “Foi muito importante ver como está o processo de instalação das redes elétricas inteligentes em países que estão mais avançados nessa área. E além das informações, a missão também contribuiu para aumentar a parceria bilateral com a União Europeia”, afirma.
As informações obtidas na UE darão origem a um seminário, que será realizado em setembro deste ano, em Brasília, com a presença de fornecedores e fabricantes de equipamentos de energia elétrica, empresas transmissoras e distribuidoras e representantes do governo. O evento, que será promovido com suporte do Projeto Apoio aos Diálogos Setoriais UE-Brasil, contará com a presença de especialistas europeus das instituições visitadas na missão.
Do telefone fixo ao smartphone
Para Dante Hollanda, integrante da Coordenação Geral de Tecnologias Setoriais do MCTI e um dos participantes da missão, as smart grids, quando plenamente implantadas, gerarão uma evolução tecnológica similar ao do telefone fixo para o smartphone. “As redes poderão transportar diversos tipos de informação, e não apenas a energia elétrica. Na Alemanha, o consumidor já é informado, por meio de um display, de faltas de energia e do horário em que a energia ficará mais barata. É possível, por exemplo, conectar um dispositivo à máquina de lavar para que ela comece a funcionar assim que a distribuidora de energia avisar que já é horário de preço reduzido”, explica.
Além dos dois representantes do MCTI, também participaram da missão integrantes da ABDI, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), da Finep Inovação e Pesquisa e da Associação de Empresas Proprietárias de Infraestrutura e de Sistemas Privados de Telecomunicações (Aptel).
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