2018-08-31
Noruega, Suécia, Espanha e França foram palco de uma missão técnica Brasil-Europa que termina hoje (30), depois de apresentar a interessados brasileiros o estado da arte da pesquisa em aquicultura e abrir caminho para uma série de potenciais parcerias entre instituições brasileiras e europeias.
A primeira parada, no dia 20, foi em Oslo (Noruega) para conhecer as instalações do NOFIMA, um dos maiores institutos europeus de pesquisa aplicada em pesca, aquicultura e alimentos. A delegação assistiu à apresentação sobre a divisão de aquicultura, com interesse especial nas pesquisas em nutrição, genética, patologia e biologia da produção. Chamaram a atenção dos brasileiros a organização institucional enxuta e focada na indústria e a interação entre diferentes setores por meio de projetos e ações conjuntas com a indústria. Uma segunda reunião com representantes do NOFIMA aconteceu em Montpellier, na França, dias depois, aumentando as chances de cooperação entre grupos brasileiros de pesquisa e o instituto norueguês nas áreas de nutrição e genética para espécies de aquicultura.
No segundo dia da missão, a delegação visitou a Universidade de Gothenburg, na Suécia, que possui projeto de aquicultura para produção de ostras, moluscos e algas, que são cultivadas para usos diversos. Apesar de não ter aquicultura marinha por restrições regulatórias, a universidade trabalha em cooperação com pesquisadores noruegueses. Os brasileiros puderam conhecer um exemplo de hidroponia de tomate com peixe. Segundo Andrei Polejack, Coordenador-Geral de Oceanos, Antártica e Geociências do MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações), apesar do pouco cultivo aquícola, o centro tem pesquisa básica avançada em biologia marinha e é potencial parceiro de instituições no Brasil em diversas áreas das ciências do mar.
Na Espanha, o foco da missão foi a Região da Múrcia, onde a aquicultura é um setor de grande importância e em expansão. Em seus 250 quilômetros de litoral, Múrcia possui 13 fazendas de aquicultura marinha (11 dedicadas à engorda e duas à criação e pré-cultivo).
O grupo do Brasil foi recebido pelo Conselheiro da Água, Agricultura, Pecuária e Pesca da Região, Miguel Ángel del Amor. A delegação brasileira visitou as instalações em mar aberto, em Cala Barilla (Águilas), de uma empresa agrícola marinha que produz corvina e dourada. Já em terra firme, acompanhou o processamento e a embalagem do pescado. Segundo a empresa, a produção é entregue em qualquer lugar da Espanha em até 24 horas.
Ainda em Águilas, o grupo foi para Cabo Cope conhecer os tanques de alevinos, que se desenvolvem inicialmente em terra e posteriormente são levados para engordar em alto mar. Por último, os brasileiros visitaram fazendas marinhas em El Gorguel (Cartagena) que produzem atum rabilho.
“Foi bem interessante porque o Brasil está tentando desenvolver pesquisa nessa área para ter uma produção marinha de peixe, que ainda não temos. Produzimos camarão e molusco, mas tentamos peixe e não deu certo, ficou muito caro. Da parte deles, existe o interesse em produzir camarão e molusco. Então, existe a possibilidade de assinatura de memorando de entendimento para intercâmbio de pessoal e tecnologia entre o Brasil e o governo regional da Múrcia”, afirma Polejack.
Del Amor confirmou o interesse em cooperar com o Brasil e destacou a importância do setor para a economia da região: “A produção pesqueira e aquícola gera perto de mil empregos diretos e totaliza um valor de 125 milhões de euros, dos quais a aquicultura contribui com 108 milhões e mais de 14 mil toneladas de produção, 5% a mais do que no ano passado".
O último destino da delegação brasileira foi o Aquaculture Europe 2018 (Aqua18), realizado de 25 a 29 de agosto em Montpellier, na França. O evento, que reúne academia, indústria e outros interessados, aborda as mais recentes pesquisas e inovações em aquicultura.
Participaram da missão, que aconteceu no âmbito da Iniciativa de Apoio aos Diálogos Setoriais União Europeia – Brasil, Wagner Cotroni Valenti, professor da UNESP (Universidade do Estado de São Paulo); Ronaldo Cavalli, professor da FURG (Universidade Federal do Rio Grande do Sul); Eric Routledge, da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária); Giovanni de Mello, professor da UDESC (Universidade do Estado de Santa Catarina) e diretor da PeixeBR (Associação Brasileira de Piscicultura); e Andrei Polejack.
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