2014-10-23
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Com a finalidade de apresentar resultados de mapeamentos e relatórios sobre o cenário de redes elétricas inteligentes (smart grids) dentro e fora do país, além de traçar rumos para o setor, foi realizado, de 20 a 22 de outubro, em Brasília, o seminário internacional Smart Grid Brasil 2014 – Mapeamento Industrial e Tecnológico. O evento reuniu representantes brasileiros de empresas de energia elétrica, instituições de pesquisa e fabricantes de softwares e equipamentos, além de representantes de instituições internacionais do Reino Unido, Canadá, Japão, Alemanha, Itália, Portugal, França, Espanha, Holanda, Dinamarca, Austrália, China, Coreia do Sul e Estados Unidos. A iniciativa foi co-patrocinada pelo Projeto Apoio aos Diálogos Setoriais União Europeia – Brasil, coordenado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) e pela Delegação da União Europeia no Brasil (Delbra).
Durante a solenidade de abertura, o subsecretário-geral de Cooperação, Cultura e Promoção Comercial do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador Hadil Fontes da Rocha Vianna, destacou que as redes elétricas inteligentes têm revolucionado a forma de gerar, transmitir e distribuir energia, dando origem a um novo modelo de prestação de serviço baseado na inovação e no uso de equipamentos e sistemas de controle. "As redes elétricas inteligentes têm como objetivo a melhoria operacional, a otimização e a gestão mais eficiente de toda a cadeia produtiva de energia elétrica", definiu.
"O mapeamento realizado pela ABDI para a cadeia de fornecedores de soluções tecnológicas para smart grids refletirá não apenas uma compreensão maior da situação do ambiente que temos no nosso país, como permitirá uma melhor relação com nossos parceiros internacionais", enfatizou o secretário executivo adjunto do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Pedro Wendler.
O coordenador-geral de Tecnologias Setoriais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Eduardo Soriano, comentou que o sistema elétrico do Brasil é um dos maiores do mundo, com 70 milhões de consumidores. Ele defendeu que o Brasil atraia empresas estrangeiras para desenvolver tecnologia, com centros de pesquisa, e produzir no território nacional. "Somos um país muito heterogêneo. Temos cidades como São Paulo, onde há muita concentração e alta carga, e regiões como a Amazônia, com vazios ocupacionais. Então, o sistema precisa atender às nossas especificidades", disse.
O presidente substituto da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Otávio Camargo, ressaltou a presença de representantes estrangeiros para colaborar no mapeamento da rede de fornecedores para o setor. "O fornecimento de certos bens e serviços públicos precisa ser melhorado. De outro lado, a gente tem que gerar capacidade de desenvolver a cadeia de fornecedores para esses serviços", afirmou.
O diretor da Agência Nacional e Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone da Nóbrega, destacou que o principal objetivo da agência ao investir no setor é a melhoria da qualidade do serviço prestado aos consumidores. "Com essa tecnologia, podemos atender pilares importantes do setor energético, ou seja, a garantia do suprimento com viés renovável e sustentável, porque a técnica dos smarts grids assim o permite. Também acreditamos em uma grande redução do custo operacional para distribuidoras, o que, em última instância, poderia replicar na tarifa do consumidor", concluiu.
O superintendente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Marconi Thomaz, abordou a eficiência energética, a melhoria em serviços públicos e o mapeamento de fornecedores. "Aparentemente, o assunto se volta mais para energia elétrica, mas também para infraestrutura de uma forma geral, e a gente se sente como sendo uma base para que essa eficiência seja alcançada", disse.
A embaixadora da União Europeia no Brasil, Ana Paula Zacarias, destacou que a visão da tecnologia tem sido humanizada por meio das terminologias adotadas. "Interessante que, há algum tempo, tudo que era excitante e novo começava por ‘e', como e-mail, e-house, e-commerce, mas agora começamos a usar outra terminologia. Hoje, temos cidades inteligentes, transportes inteligentes, eletricidade inteligente. Pelo meu ponto de vista, isso passou de uma visão estritamente tecnológica para uma visão mais humanizada".
O diretor nacional do Projeto Apoio aos Diálogos Setoriais UE-Brasil, Ayrton Martinello, do MPOG, recordou que a iniciativa de cooperação do país com o bloco está em sua sétima convocatória. "Já são mais de 130 ações apoiadas dentro do projeto, envolvendo 28 instituições nacionais e 20 europeias. Essa sétima convocatória já tem 48 ações, das quais o sistema coordenado pelo MCTI é um grande parceiro, com 11 participações", informou.
O evento foi organizado pelo MCTI e pela ABDI com o propósito de promover parcerias laboratoriais, industriais e governamentais em projetos internacionais relacionados com as redes elétricas inteligentes (REI); mapear os atores envolvidos no desenvolvimento de equipamentos para as REI no Brasil e no exterior; promover intercâmbio de lições aprendidas entre os agentes brasileiros e estrangeiros envolvidos; expor o estado da arte relacionado com REI no contexto brasileiro e estrangeiro; e publicar documentos relacionados com as atividades realizadas no evento.
No primeiro dia de seminário internacional foram apresentados os resultados do mapeamento nacional e os resultados do mapeamento internacional, realizados com o apoio do Projeto. No segundo dia, foram apresentados os casos internacionais dos países representados no seminário, abordando tópicos como ações do país, lições aprendidas, as perspectivas nacionais e o interesse em cooperação com agentes do setor público e privado brasileiros. No terceiro dia, foram apresentados os resultados do mapeamento de Normas e Padrões, foi aberto espaço para matchmaking entre as instituições participantes do seminário e foi realizada a reunião “Oportunidades de desenvolvimento de dispositivos para Smart Grid com as Design Houses Brasileiras”.
A ação foi selecionada na 7a convocatória do Projeto Apoio aos Diálogos Setoriais no âmbito do diálogo em política energética. O parceiro institucional brasileiro é o MCTI e o europeu o Joint Research Center (JRC). O objetivo da iniciativa foi fortalecer parcerias laboratoriais, industriais e governamentais entre atores brasileiros e europeus no tema de redes elétricas inteligentes, as smart grids. Isso foi feito por meio de intercâmbio de informações durante missões técnicas, levantamento de informações e mapeamento de envolvidos no tema e promoção deste seminário internacional no Brasil.
A primeira etapa do trabalho incluiu a identificação de projetos relevantes na área de smart grids em distribuidoras de energia elétrica, fornecedores e fabricantes de equipamentos que proveem a infraestrutura das redes inteligentes e centros de pesquisa e universidades. A segunda etapa consistiu em uma missão brasileira à Itália, França e Espanha para visitas técnicas a projetos de smart grids e reuniões com órgãos governamentais e distribuidoras e transmissoras de energia elétrica com projetos relevantes no assunto. Na terceira e atual etapa, foi organizado, no Brasil, este seminário internacional sobre redes elétricas inteligentes. Na próxima etapa, a quarta, será publicado o documento final com as informações obtidas ao longo deste diálogo.
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