2018-08-31
União Europeia, Brasil e África do Sul realizaram no último domingo (26) um workshop durante o Aquaculture Europe 2018 (Aqua18), em Montpellier, na França, para discutir oportunidades concretas de cooperação para pesquisa e inovação em aquicultura. Com o tema “Alimento e Criação de Valor no Oceano Atlântico”, o evento abordou uma das áreas de interesse comum dos três signatários da Declaração de Belém para Cooperação em Pesquisa do Oceano Atlântico, assinada em julho de 2017.
Conduzido por Sigi Gruber, Chefe da Unidade de Pesquisa Marinha, DG Pesquisa e Inovação, Comissão Europeia, Andrei Polejack, Coordenador-Geral de Oceanos, Antártica e Geociências do MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações), e Belemane Semoli, Diretor-Chefe de Aquicultura e Desenvolvimento Econômico da África do Sul, o workshop debateu os quatro principais desafios para a nutrição alimentar global sob diferentes ângulos: percepção pública, novas tecnologias, produção sustentável e mudança climática, identificando caminhos a seguir e novas formas de cooperação entre os parceiros.
“Foram levantas muitas possibilidades de trabalho conjunto que serão exploradas a partir de agora. A mais concreta foi a participação de um representante da indústria brasileira de fazendas de peixe, que ficou muito impressionado com a articulação entre UE, Brasil e África do Sul, e vislumbrou a possibilidade de tentarmos adaptar uma plataforma governo, academia e indústria, nos moldes da EATIP (European Aquaculture Technology and Innovation Platform), que também foi apresentada durante o workshop”, relatou Andrei Polejack.
Segundo Polejack, trata-se de uma chance de trazer a academia mais para perto da indústria com o apoio do governo. “Agora, voltando ao Brasil, começamos a alinhar as ações concretas. Já tem um edital da UE, o Blue Growth 08 (H2020 BG08), que vai apoiar uma linha específica para aquicultura. Há uma proposta que passou para a segunda fase e tem brasileiros, europeus e sul-africanos. Ou seja, um avanço concreto nessa cooperação.”
Para Belemane Semoli, a cooperação para pesquisa do Atlântico entre África do Sul, UE e Brasil é extremamente importante, “porque nos fornece uma plataforma para gerenciar e dividir os desafios que temos, começando pela liberação da economia do oceano, que contribui para nossa economia do oceano, criação de empregos, levando à geração de segurança alimentar e nutrição. Essa plataforma é importante para desbloquear a pesquisa que nos fornece conhecimento vital e informação necessária para enfrentarmos os desafios à frente”.
Jacques Fuchs, ex-Chefe do Setor de Pesca e Aquicultura, DG Pesquisa e Inovação, Comissão Europeia, explica o porquê do interesse da UE no desenvolvimento da aquicultura em países do Atlântico. “Nós importamos mais de 70% dos nossos peixes e frutos do mar. Temos interesse em desenvolver uma cooperação científica com todos esses países para ajudá-los a desenvolver sua própria aquicultura e também para garantir que, quando formos comprar seus produtos, eles tenham qualidade e sejam produzidos de maneira sustentável, já que a Europa tem padrões para a importação alimentos muito rigorosos.”
De acordo com Fuchs, o Brasil é particularmente importante porque tem o que classificou de “potencial fantástico” de desenvolvimento aquícola, inclusive em água doce, e a UE tem interesse que essa produção respeite padrões de qualidade e sustentabilidade econômica e ambiental.
Nesse sentido, Andrei Polejack ressalta que o Brasil é um dos líderes de pesquisa no Atlântico Sul e, por isso, tem a responsabilidade de criar oportunidades expressivas para a cooperação internacional em pesquisa, com foco especial em aquicultura.
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